Mais de 4,5 mil pessoas são alvo de tentativas de golpes financeiros a cada hora no Brasil, segundo pesquisa do Datafolha. O crime ocorre por meio de aplicativos de mensagens ou ligações telefônicas, normalmente com criminosos se passando por funcionários de bancos. A pesquisa ouviu 2.508 pessoas em todas as regiões do país, entre os dias 11 e 17 de junho. Cerca de 2.500 pessoas afirmaram que pagaram por produtos na internet que não foram entregues, e outras 1.680 vítimas tiveram o celular furtado ou roubado no país.
Outro dado evidenciado pela pesquisa é o alto índice de subnotificação dos crimes cibernéticos. De acordo com o Datafolha, apenas 30% dos entrevistados que admitiram ter sido vítimas de golpes que envolveram pix ou boletos falsos registraram ocorrência em delegacias.
Segundo uma projeção do Datafolha, baseada na proporção de entrevistados e no tamanho da população, os golpes financeiros representam um prejuízo de R$ 25,5 bilhões à população em 12 meses, valor estimado em danos causados apenas pelos golpes aplicados via pix e boletos falsos. O golpe da maquininha de cartão, por exemplo, vitimou 2,6% dos entrevistados, o que representa uma população de 4,2 milhões e 482 casos por hora, em média. As vítimas desse tipo de crime relataram ao Datafolha que perderam R$ 1.142, em média, ao caírem no golpe.
Ainda conforme a pesquisa, as tentativas de golpe virtual, especialmente via aplicativo de mensagem e ligação telefônica, atingem mais aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos, têm ensino superior e moram em municípios com mais de 500 mil habitantes. Esse perfil, inclusive, é o alvo mais frequente de outros tipos de crime virtual. Entre aqueles que já tiveram dados pessoais vazados na internet sem consentimento, por exemplo, 22% ganham mais do que dez salários mínimos.
EM MINAS, QUASE 90% DA POPULAÇÃO JÁ SOFREU ALGUMA TENTATIVA DE GOLPE
Pesquisa realizada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG) constatou que 87,7% dos mineiros já sofreram alguma tentativa de golpe ou fraude. Ainda de acordo com o levantamento, dentre aqueles que foram atingidos, 47,9% conseguiram identificar que se tratava de um golpe. Já outros 36,6% dos entrevistados não tiveram a mesma atenção, caíram no golpe e tiveram prejuízo. Em contrapartida, 15,5% decidiram prosseguir com a tentativa para ver até onde chagaria e, ao final, cortou/ignorou.
Com relação aos golpes mais frequentes recebidos pelos consumidores mineiros estão: instituições bancárias (36,6%); lojas virtuais (32,4%); telefonia (26,8%) e programas de fidelidade (4,2%). Dentre os canais mais utilizados para aplicação desses golpes, 38% dos consumidores disseram ter sido contatados via telefone. Outros 35,2% pelo WhatsApp, 11,3% por e-mail, 8,5% por sites da internet e 7% pelas redes sociais.
Já no que tange às compras online, 50,7% dos entrevistados informaram que tiveram prejuízos por não receber algum produto/serviço adquirido pela internet. Contudo, 49,3% afirmaram que conseguiram identificar o golpe e não efetuaram a compra. “Nas vendas online, os criminosos tentam encantar os indivíduos, muitas vezes, mostrando produtos atrativos com preços mais baixos do que os praticados em lojas físicas. Para evitar prejuízos, os consumidores devem pesquisar mais sobre o site ou loja, consultar comentários nas redes sociais ou mesmo buscar informações no Reclame Aqui”, ressalta o analista de Inteligência de Mercado da FCDL-MG, Vinícius Carlos Silva.
VAZAMENTO DE DADOS
A maioria dos mineiros (56,3%) acredita que o vazamento de dados pessoais é o grande aliado dos golpistas. Já 31% dos entrevistados acham que o acesso aos dados pelos criminosos se deu por meio do preenchimento de cadastros, enquanto 12,7% informaram que os dados foram obtidos por meio de cópia da agenda de amigos que caíram em golpes anteriores. Em termos de proteção, após a tentativa de golpe, 43,5% dos entrevistados bloqueiam o número do celular ou o e-mail; 28,3% fazem denúncias no aplicativo; 15,2% não tomam nenhuma atitude e 13% fazem boletim de ocorrência.
Com relação à LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, 83,1% dos mineiros afirmam ter conhecimento da legislação. Segundo a assessora jurídica da FCDL-MG, Sara Sato, passados quase 6 anos da vigência da LGPD, os titulares estão cada vez mais conscientes de seus direitos e deveres. “Mas, infelizmente, isso não impede o uso da engenharia social por fraudadores que usam técnicas cada vez mais sofisticadas, ganham a confiança dos titulares e estes, vulneráveis, repassam seus dados pessoais de boa-fé. Por isso, toda atenção é necessária”, reforça a advogada.
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Fonte: FCDL MG